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Esta editora pretende ser um ponto de encontro entre quem faz fotografia e quem gosta de a ver, uma colecção com critério mas sem barreiras.
Este é o prefácio escrito por Edson Athayde para "2013-personal works", de Carlos Ramos.
Nem todos os retratistas são fotógrafos, nem todos os fotógrafos são retratistas.
Carlos Ramos é ambas as coisas. E, além disso, excelente nas duas funções.
A obra que tem em mãos é uma prova disso. Vale mais do que as milhões de
palavras que eu poderia escrever. Mas, assumindo a minhas limitações enquanto
escrevinhador, tentarei lançar algumas luzes sobre o trabalho deste artista
das sombras, deste profissional que se destaca na moda, na publicidade, no
fotojornalismo.
O retrato é verdade e uma ilusão. Porque o retratado é pessoa e uma projeção.
Os retratos falam, exibem, escondem, contam, narram, explicam, confundem.
Sendo uma fracção da realidade, estão muito mais no campo da fantasia. Carlos
Ramos joga esse jogo com mestria. O que faz-me lembrar Oscar Wilde que
dizia que “um retrato pintado com a alma é um retrato não do modelo, mas
do artista”.
Por isso, folheie este livro sem pressa, viaje por estas páginas como se estivesse
a passear pelos corredores de uma galeria ou pelos labirintos de uma casa de
espelhos. Trata-se de um trabalho pleno de beleza, poesia e de emoção.
Ou como diria o meu Tio Olavo, citando Chico Buarque: “Vou colecionar mais um
soneto/Outro retrato em branco e preto/A maltratar meu coração”.
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